Este post é uma transcrição de Podcast – Os acordos que fazemos, clique aqui.
Os acordos que fazemos
O perdão
O tema desse podcast é um pouco mais controverso do que os anteriores. Hoje o assunto são os acordos que fazemos.
Costumo sempre brincar dizendo que nós passamos por um processo de evolução em que primeiro aprendemos a praticar gratidão e depois aprendemos a praticar o perdão, é como se fosse uma evolução natural de uma prática para a outra.
Quando nós falamos de coisas pequenas, é muito mais fácil perdoar, não é mesmo? Mas e quando é algo mais doloroso? Algo maior? Como praticar o perdão nesses casos?
O ponto de ônibus
Esse tema chamou minha atenção quando eu estava lendo um livro da Dr. Sue Morter e dizia que todos nós passamos por um processo antes de encarnarmos em que fazemos um acordo sobre as experiências que queremos vivenciar nessa vida; ela chama esses acordos de “Conversa no ponto de ônibus”. Para ilustrar como isso seria, imagine que você está em um ponto de ônibus lá no mundo sutil conversando com um grupo de pessoas e você diz “Poxa, eu sinto que ainda não consegui aprender a perdoar, guardo rancor” então alguém no grupo responde “Eu também preciso aprender o auto perdão, então eu poderia ajudar você e aprender a me perdoar”.
Depois dessa conversa no ponto de ônibus, imagine então que vocês reencarnam e, é claro, o manto do esquecimento acontece e você não lembra da conversa que teve, não lembra mais a lição que desejou aprender e nem sabe quem é aquela pessoa que aceitou vir te ajudar nesse aprendizado. Os anos passam, você está casada, com filhos, sua vida está em paz. Imaginem então o que aconteceria? Talvez você já tenha previsto o que acontecerá em seguida. Um certo dia, seu filho se envolve em um acidente de carro, um motorista embriagado perde o controle do veículo e seu filho morre nesse acidente. Você consegue imaginar quem era o motorista do veículo? Sim, aquela pessoa que combinou com você que viria ajudar em seu processo e que queria aprender o auto perdão.
Você consegue imaginar uma situação assim?
Não consigo pensar em uma situação tão difícil de perdoar e mesmo de praticar o auto perdão. Não gostaria de estar em nenhum dos lados dessa situação; mas definitivamente essa ideia me fez parar para pensar.
a perspectiva
Ainda segundo a Dr. Sue, devemos olhar para as situações que nos tiram dos eixos sob o olhar desses acordos que fizemos para evoluirmos. Vejamos uma outra situação. Imagine aquela pessoa que sabe exatamente como tirar você do sério, pode ser alguém em sua família, no trabalho.
Ela te tira tanto do sério que você olha para ela e pensa “Por quê? Por quê?”, sua vontade é de voar no pescoço da pessoa porque ela te irrita demais. Mas quando você percebe que não adianta continuar interagindo da mesma porque essa situação não irá mudar, quando você decide mudar a sua reação é que o aprendizado começa a acontecer. Não é fingir que a pessoa não existe, ignorá-la, sair de perto… não, isso seria negação. O que você faz é se perguntar “O que eu preciso aprender com essa pessoa? O que ela está tentando me ensinar?”
“Por que essa pessoa me irrita tanto?”
Percebe a mudança de foco nesse cenário? Em vez de pensar “Por que essa pessoa não desaparece da minha vida? Por que tenho que conviver com ela?”, você dá um passo atrás, respira e assume uma posição mais proativa, menos defensiva e questiona o que você tem para aprender ali.
Todos viemos aprender
Todos nós estamos aqui para evoluir, mesmo que a nossa vontade seja resistir, sair correndo e não olhar para aquela questão que nos incomoda. No fim das contas não funciona assim, o aprendizado tem que acontecer.
Então vamos voltar ao nosso cenário com aquela pessoa te irritando demais.
Pergunte a você mesma “Onde em meu corpo essa irritação se manifesta?” “Onde em meu corpo acontece esse gatilho?” Se observar bem, notará que pode ser que sinta um aperto no estômago ou um peso no peito. É nesse momento que você pensa nas leis de magnetismo que te influencia durante todo tempo, você atrai o que está em você. Por exemplo, se alguém me chamasse de preguiçosa isso não ressoaria comigo porque não me identifico como sendo preguiçosa, não há ressonância nisso, não há gatilho disparado porque como não há essa crença em mim não reajo a essa provocação.
Portanto, quando reagimos à uma provocação que pode ser uma atitude, um comentário, criamos uma identificação em algum nível.
Energia
É por esse motivo que é importante levar sua atenção para a região em seu corpo onde acontece a reação à aquela pessoa que te irrita tanto, onde você sentir a reação é a área que precisa ser trabalhada energeticamente. Digamos que você sente um nó no estômago, então é o seu plexo solar que precisa ser trabalhado.
O mais interessante dessa situação é que pode ser que você resolva se afastar dessa pessoa, se é um colega de trabalho ou um chefe, você muda de emprego. E o que acontece no novo emprego? A mesma situação! Porque o aprendizado vai seguir você até você fazer as mudanças necessárias. Você já deve ter ouvido a brincadeira “mãe é tudo igual, só muda de endereço”, pois bem, nesse cenário a situação vivida também será a mesma, só mudará de endereço.
Pode ser que você tenha se perguntado “Por que isso sempre acontece comigo?” “Por que sempre atraio…. companheiros folgados/pessoas que não me dão valor/empregos ruins….. não importa como você vai concluir essa frase, é o padrão repetitivo que merece sua atenção. Não adianta falar “quando essa pessoa parar de fazer o que ela faz e que eu não gosto tudo estará bem”, não, é o seu aprendizado, não é mudar o outro é mudar você.
“Tudo o que acontece na minha vida está sempre a meu favor, e eu o criei em algum nível superior da minha própria consciência com o propósito de descobrir minha própria magnificência.”
— Dr Sue Morter
Observe
Então a ideia é parar, silenciar a mente e observar. Qual foi sua conversa no ponto de ônibus? O que você queria aprender? Será que você disse “Deixa sempre a toalha molhada na cama, não importa se eu reclamar um milhão de vezes, porque quero aprender a ter paciência”. Já pensou?
Brincadeiras a parte, olhe para a sua história sob um ponto de vista diferente, onde será que você se desafiou a aprender algo? E aceite que você tem tudo o que precisa para esse aprendizado.
Ainda segundo a Dra. Sue, essa abordagem nos convida a parar de sonhar com a pessoa que queremos nos tornar e efetivamente fazer algo para promover essa mudança, a viver a intenção que desejamos lá no ponto de ônibus.
Não há nada de errado com você
Para concluir esse podcast, nesse processo de aprendizado, Dr. Sue enfatiza que é fundamental lembrarmos que não há nada de errado conosco, que nós não tivemos a nossa conversa no ponto de ônibus dizendo “Nessa vida eu quero sofrer feito uma condenada”, não, esse não era o plano. Se você está sentindo que tudo está dando errado, talvez não esteja observando o contexto.
Ela é um pouco mais dura dizendo que muitas vezes nós estamos interessadas em fazer algo, interessadas em tentar algo, interessadas em trabalhar muito, interessadas em reclamar, interessadas em sermos vítima, mas não damos nenhum passo para sair do ‘interesse’ e realmente fazer algo para mudar.
Uhmm um tapa com luva nem tanto de pelica, não é mesmo?
Deixe o interesse e aja
Olhe para sua situação nesse momento. Existe alguém tentando te ensinar algo? Consegue perceber algum problema que só está mudando de endereço?
Silencie seu ego através da meditação e através desse silêncio, entre em contato com sua intuição, com seu eu superior para perceber qual é o aprendizado que existe ali. Como a energia se manifesta no seu corpo?
Os acordos que fizemos são para nossa evolução, para nos tornarmos melhor e analisando pela óptica que fazemos esses acordos escolhendo as experiências que desejamos vivenciar, não se torna um pouco mais fácil perdoar?